Em exame preliminar, foi detectado quantidade ínfima de cocaína na areia.
Em 2005, achando que era cocaína, casal trocou carro de R$ 10 mil por 2 kg de sal.
O ser humano é burro. Bem burro. Por mais clichê que essa frase possa parecer - e ela o é -, talvez esta seja uma das mais bem feitas conclusões que alguém fez para tentar entender a condição humana.Após ler a notícia supracitada, tenho certeza que nem muitos concordarão comigo, pois, de súbito, falarão "essa é uma excessão, eu não sou assim". Não sei se concordo. Acho que você, caro leitor, é bem burro. Que nem eu. "Como assim, Nico?". Simples.
Há uma maneira bem simples de relacionar a máxima que iniciei este post com a fadada notícia - "é intrigante porque ao mesmo tempo em que age como um burro, é o único animal racional e blá blá blá" -, mas não é essa que acho a mais convincente. O que eu acho tão interessante neste caso é a sucessão de respostas incongruentes que ela oferece, que levará a minha humilde conclusão sobre a raça humana.
Em primeiro lugar, vamos analisar o título da notícia: "Grupo leva areia no lugar de cocaína em MS". Caralho, mas esse grupo é muito burro. Muito. Confundir areia com cocaína? Aprendi, nas poucas aulas de marketing que prestei atenção, que para se entrar em um negócio, é recomendável ter um certo know-how do terreno que adentrará. E quanto maior as dificuldades para a abertura ou fechamento deste negócio, maior é o conhecimento necessário. Ora, ser um traficante, hoje em dia, não é nada fácil. Você tem que saber quais drogas cada público vai querer: cantores de axé preferem cocaína, cantores de mpb, também; já publicitários…bem, eles também querem cocaína. É, está certo, a cocaína é o vestidinho preto (foto) das drogas. Um coringa.
Agora, essas pessoas que rodaram com a areia na mão, não chegaram a experimentar e verificar a droga que compraram? Eles levaram a sério o conselho que Tony Montana não levou? "Don't get high on your own supply"? Isso sim é burrice.
Mas sucedendo com a análise da reportagem, vemos que não é a primeira vez que temos um bando de antas se metendo a traficantes: "Em 2005, achando que era cocaína, casal trocou carro de R$ 10 mil por 2 kg de sal". SAL? Melhor que areia, sem dúvida. Mas trocar um carro no valor de dez mil reais? E ainda terem sido iludidos? E também não experimentaram a droga para saber se era da pura? O traficante que vendeu para eles veio falando que "este cristal é refinado" e o casal burro já emendou sem pestanejar "dô meu carro, dô meu carro". Cambada de burro.
Mas, embora eu acredite que só por serem enganados deste jeito, estas pessoas já mereçam o Darwin Awards - apesar de estarem vivos ainda - o que eu não entendo é como eles foram enquadrados? Tráfico de drogas? E, acima de tudo, eles aceitaram a prisão? Porra, fala que tava levando areia para montar ampulhetas. E, no caso do sal, para um churrasco beneficiente dos Amigos do Daniel. Tudo bem, tudo bem.
Para concluir esta reportagem, volto a introdução e falo que nós todos somos burros. Bem burros. Pelo simples fato de, ao lermos esta reportagem e rirmos desta situação, estamos virando a cara e se sujeitando a nos tornarmos alienados ao real problema desta notícia: hoje em dia todo mundo quer ganhar dinheiro fácil, independente dos meios que sejam utilizados para chegar a este fim. E o tráfico de drogas se torna cada dia mais uma alternativa rápida e glamourosa. E várias pessoas estão fazendo essas besteiras. E estamos rindo e virando a cara.
Hasta!
2 comments:
Pow Nico valeuu mesmo por ter passado no meu blog e ter lido o texto. Bom, propaganda boca a boca: já atualizei com um novo. kkkkkkkkkk
Mermãoo do caralho seu novo texto! Foi o que eu mais gostei do Mera Doxa. Por ser mais social e tal tem a minha preferência. hehehe Darwin Awards? Com certezaa!. Problema de know-how? O meu texto também tem um pouco disso hoje. Se bem que eu não sei o planejamento conseguiria revitalizar tanto a marca.
Bom... é isso ae! Parabéns e valeuuu! André Chaves
O menino Maquiavel já dizia, não é mesmo?!
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