Friday, March 28, 2008

Relembrando VI

O fato de ser sergipano me trouxe um conhecimento musical da trash music brasileira muito bacana. Fui acostumado e não vou negar que adorava a ir atrás do trio elétrico com bandas desconhecidas no sudeste e sul, isso sem falar nas de forró. Todavia, vira e volta uma banda que antes só fazia sucesso lá, estoura um hit no verão, consegue 15 minutos de fama em todo o Brasil além, é claro, de sentar nos banquinhos do Raul Gil. Uma delas eu relembro hoje para vocês:

Braga Boys


A Bahia é pródiga em achados musicais. Se for pra listar aqui vô do arrocha do Bonde do Maluco até o pagodão do Psirico, mas em 2001 a onda que acompanhou todas as excursões sulistas de formatura do terceiro ano em Porto Seguro foi BOMBA. A fórmula é simples, um empresário de Salvador, de preferência amigo do Cau Adam (o senhor descobridor de Jacaré, Débora Brasil, Carla Perez, Beto Jamaica e Cumpadre Washigton), arranja uma música que esteja fazendo sucesso em algum canto do mundo (nesse caso específico foi "La Bomba", do grupo chileno Azula-Azula). Faz uma versão em português, contrata alguns músicos, alguns bombados para cantar e rebolar e pronto, sucesso instantâneo. Foi isso que fez todo mundo fazer, naquele verão, um soquinho pro chão na hora do refrão: BOMBA!

Para bailar isso aqui é (mais um soquinho pro chão) Bomba! Pra balançar isso aqui é (mais um soquinho) Bomba! Pronto... taí o outro segredo, uma coreografia boba, simplória, mas que com um certo elevado nível alcóolico na cabeça se torna no mínimo engraçada. E assim... O que a rádio já toca (soquinho again) é Bomba!


Não preciso nem falar que esses rapazes, Mano Moreno, Capitão América e Glauber pararam por aí né? Foi-se o carnaval de 2001 embora e os efeitos da bomba acabaram e os rapazes cairam no ostracismo, e hoje no mínimo devem estar dando aula de Axé em alguma academia de Salvador.

Até a próxima.

Já passaram pelo Relembrando: Tarkan, Cogumelo Plutão, Twister, Mario Veloso e Tiazinha (Versão Cantora).

2 comments:

minicritico said...

Claro que me lembro dessa época. Eram tempos de grande rebeldia e criatividade na música brasileira, em que surgiram expoentes da MPB como Patricia Coelho, Lulo e Mario Veloso...

minicritico said...

Já reparou como esses one-hit-wonders, tipo o José Augusto, via de regra, foram sustentados pela Band, Record ou (em sua maioria, SBT) e, por isso, boicotados pela Globo.
Não é preciso ser muito inteligente pra descobrir o porque de tanta efemeridade no sucesso deles, então.